As ilhas de LIKOMA e CHIZUMULU, no Lago Niassa, são um caso raro no panorama geopolítico internacional. As duas ilhas e os ilhotes adjacentes, com as suas águas territoriais, pertencem ao Malawi mas constituem dois enclaves rodeados pelas águas territoriais de Moçambique.
As duas ilhas formam o Distrito de Likoma, o mais pequeno do Malawi, com uma superfície de 18 km² e uma população de 13 mil habitantes. As suas águas territoriais têm uma área de 231,4 km². A Ilha de Likoma encontra-se a pouco mais de 4 km da costa de Moçambique, na zona de Cobué. A Ilha de Chizumulu, 10 km a oeste de Likoma, fica a quase 48 km da costa do Malawi.
No século XIX missionários anglicanos estabeleceram-se na África central e oriental sob domínio britânico. Em Likoma fundaram a igreja de São Pedro. Em meados do século XX, por acordo entre o Reino Unido e Portugal, foi estabelecida a fronteira entre as colónias de Niassalândia (Nyasaland, futuro Malawi) e Moçambique pelo meio do Lago Niassa. Porém, a presença dos missionários anglicanos nas ilhas de Likoma e Chizumulu determinou a atribuição deste território aos britânicos, apesar de se encontrar no lado moçambicano do lago e dez vezes mais perto da costa da colónia portuguesa.
Após a independência do Nyasaland / Malawi, e a posterior independência de Moçambique, manteve-se a situação geopolítica invulgar das ilhas de Likoma e Chizumulu.
As ilhas de Likoma e Chizumulu têm ligação por barco e avião com o resto do Malawi e por barco com Moçambique. O turismo é uma das principais fontes de rendimento das ilhas.
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