Mostrar mensagens com a etiqueta Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lisboa. Mostrar todas as mensagens

09 março 2025

RUA DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA, Lisboa

RUA DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA, antiga freguesia da Encarnação, freguesia da MisericórdiaLisboa, Portugal.

O nome é devido ao antigo Convento de São Pedro de Alcântara (ou dos Arrábidos). Também se chamou Rua Direita de São Pedro de Alcântara e Rua da Torre de São Roque e Rua da Torre do Relógio. Junto a esta rua encontra-se o jardim e miradouro de São Pedro de Alcântara. Esta zona, no centro histórico de Lisboa, não tem relação com a zona de Alcântara na parte ocidental da cidade.

São Pedro de Alcântara (Juan de Garabito y Vilela de Sanabria, 1499-1562) foi um frade franciscano, nascido em Alcántara, Extremadura, que viveu em Portugal. Entre outras coisas, ajudou a organizar mosteiros na Serra da Arrábida.

 

22 fevereiro 2025

TRAVESSA DO COTOVELO, Lisboa

TRAVESSA DO COTOVELO, freguesia da MisericórdiaLisboa, Portugal. Entre a Rua do Arsenal e o Largo do Corpo Santo.

Este topónimo urbano é devido ao formato a rua, que sugere um cotovelo.

Cotovelo: 1. articulação que liga o braço e o antebraço, formada entre a extremidade inferior do úmero e as extremidades superiores do rádio e do cúbito e fixada por fortes ligamentos e músculos. 2. (figurado) dobra ou encurvamento pronunciado. 3. (figurado) esquina. (infopedia.pt)

 

20 fevereiro 2025

TRAVESSA DOS BARBADINHOS, Lisboa

TRAVESSA DOS BARBADINHOS, freguesia da Estrela, Lisboa, Portugal. 

Situa-se entre a Calçada do Marquês de Abrantes e a Rua da Esperança. O nome é devido aos frades Capuchinhos franceses que se instalaram 1648 no Convento de Nossa Senhora da Porciúncula. Eram chamados barbadinhos porque usavam barba.

Não deve ser confundida com a Calçada dos Barbadinhos, na freguesia de Santa Engrácia.

 

18 fevereiro 2025

TRAVESSA DAS MÓNICAS, Lisboa

TRAVESSA DAS MÓNICAS, freguesia de São Vicente, Lisboa, Portugal.

A Travessa das Mónicas, entre a Rua de São Vicente e o Largo da Graça, deve o seu nome ao Convento de Santa Mónica fundado em  1585 por Dª. Maria Abranches, destinado às religiosas eremitas descalças de Santo Agostinho. Após a extinção das ordens religiosas, o Estado instalou no Convento a Casa da Correcção dos Rapazes em 1871. Em 1901 tornou-se uma casa similar para raparigas. Em 1917 passou a ser uma cadeia para mulheres, conhecida como Cadeia das Mónicas até 1953, quando a foram transferidas para a nova Cadeia Central de Mulheres em Tires. Em 1961 voltou a ser usada como a parte feminina da Cadeia Comarcã de Lisboa, passando em 2005 para os reclusos em Regime Aberto Voltado para o Exterior, do Estabelecimento Prisional de Lisboa. (https://toponimialisboa.wordpress.com/)

 

25 janeiro 2025

TRAVESSA LARGA, Lisboa

TRAVESSA LARGA

Há muitas ruas mais estreitas e mais curtas que a Travessa Larga, na antiga freguesia do Coração de Jesus, freguesia de Santo António, Lisboa, Portugal.

Já foi chamada Travessa do Macedo. Liga a Rua do Passadiço com a Rua de Santa Marta.

23 janeiro 2025

TRAVESSA DO ENVIADO DE INGLATERRA, Lisboa

TRAVESSA DO ENVIADO DE INGLATERRA

Via na antiga freguesia do Coração de Jesus, freguesia de Santo AntónioLisboa, Portugal. 

«A Travessa do Enviado de Inglaterra guarda a memória da presença de diplomatas ingleses na Lisboa da época das invasões napoleónicas.

De acordo com o olisipógrafo Norberto Araújo, o traçado do arruamento parece corresponder à setecentista Travessa de Lázaro Verde, que limitava uma Quinta dos Verdes, família de alemães depois naturalizada portuguesa de que o poeta Cesário Verde foi descendente.

Entre os Enviados de Inglaterra que viveram nesta artéria, sabe-se que um deles foi Lord Robert Stephen FitzGerald (1765-1833) que foi ministro plenipotenciário para Portugal entre 1802 e 1806.» (https://toponimialisboa.wordpress.com/2015/07/15/a-travessa-do-enviado-de-inglaterra/)

 

TRISTE-FEIA, Lisboa

TRISTE-FEIA

Local na antiga freguesia dos Prazeres, freguesia da EstrelaLisboa, Portugal.

É uma via que não é classificada como rua, nem largo, nem praça. Chama-se simplesmente Triste-Feia. É paralela à Rua da Costa, confluindo com a Rua Maria Pia junto à estação de Alcântara-Terra. A história contada é que havia três irmãs, uma das quais feia e rejeitada pelos rapazes, apesar de ter a simpatia dos vizinhos. Na toponímia urbana, o nome surge no século XVIII como Triste Feya e Triste-Fea, assim como depois Triste Feia, sem hífen. O mural, posterior a 2019, é obra do artista italiano Fulvio Capurso.

➤ Na freguesia de Milagres, concelho de Leiria, também existe uma povoação chamada Triste Feia.

➤ The name of this street in Lisbon means "sad and ugly" in Portuguese.

RUA DO BENFORMOSO, Lisboa

RUA DO BENFORMOSO, na antiga freguesia do Socorro, freguesia de Santa Maria MaiorLisboa, Portugal. Localiza-se entre a Praça Martim Moniz e o Largo do Intendente Pina Manique.

A Rua do Benformoso era a Rua do Boi Formoso, anteriormente a Rua Direita da Mouraria (séc. XVI), e a zona também foi conhecida por Benfica. Segundo Norberto Araújo em Peregrinações em Lisboa (1938), na ortografia original, que oscila entre Benformoso e Bemformoso:

«Antes de existir a Rua (Nova) da Palma, que data de 1862, no trôço da Guia ao Socorro, e de há cêrca de setenta anos do Socorro ao Intendente, era por aqui, pelo Bemformoso, que todo o trânsito se fazia.
Em verdade o sítio e a rua não são do Benformoso mas do "Boy Formoso", designação primitiva, cuja origem deve estar, como em tôdas do velho tempo, num dêsses acidentes fortuitos ou vagas particularidades episódicas, mas que "ficam"; numa das quintas ou restos por aqui existentes, teria havido um lindo boi, a que se poderia chamar uma "estampa", e, corrida fama, já depois do animal haver desaparecido, o sítio ficou o de "Boy Formoso".
Quero dizer-te, apenas, que nos séculos velhos, antes de êste sítio ser chamado do "Boy Formoso" foi conhecido por "Benfica" - a razão não ta sei dar; talvez porque fôsse ridente de hortas e de boa situação. O Bemformoso ainda há trinta anos mostrava pitorescas casas, modestas, seiscentistas, de empena de bico, andar de ressalto, conjunto alfacinha velho e puro. Pedacinhos de Alfama limpa no Bemformoso, paredes meias com a Mouraria

Nas imagens, de cerca de 1900 e de 2025, está em primeiro plano a Travessa do Benformoso e ao fundo a Rua do Benformoso.
A fotografia antiga, de autor desconhecido, entre 1898 e 1908, está em domínio público e encontra-se no Arquivo Municipal de Lisboa.


19 janeiro 2025

SALDANHA

SALDANHA
SALDANHABAAI — SALDANHA BAY

Baía e cidade na África do Sul.

O nome é uma homenagem ao português António de Saldanha, capitão de uma nau da frota de Afonso de Albuquerque em 1503. Saldanha foi o primeiro europeu que visitou a baía junto ao Cabo da Boa Esperança, à qual foi dado o nome de Agoada de Saldanha. Em 1601 os holandeses mudaram-lhe o nome para Tafelbaai (Table Bay, Baía da Mesa) e o nome de Saldanha passou para a baía mais a norte.

Saldanha é também o nome duma freguesia do concelho de Mogadouro, em Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal.

➤ A Praça do Duque de Saldanha, uma das principais do centro de Lisboa, homenageia o Marechal Saldanha (João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun, 1790-1876).

 

15 janeiro 2025

TELHEIRAS, Lisboa

TELHEIRAS

Bairro da freguesia do Lumiar, Lisboa, Portugal. É uma das zonas de urbanização mais recente e intensa no município de Lisboa, mas ainda subsistem recantos anteriores, como nesta Estrada de Telheiras.

Não há consenso sobre a origem do nome, que pode ser do português antigo telhado, "forno de telha", ou de tílias, relativo à árvore. Em grafias antigas há registo de Tilheiras e Tilheyras.

 

26 dezembro 2024

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA, Lisboa

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA — CAMPO DE SANT'ANA

Lugar da antiga freguesia da Pena, antes também chamada freguesia de Santana, atual freguesia de Arroios, no centro de Lisboa, Portugal.

Esta praça é um dos vários lugares em Lisboa onde perdura um nome antigo a par do oficial. O antigo Campo de Sant'Ana (ou Santana) em 1879 passou a ser designado por Campo dos Mártires da Pátria, em homenagem aos onze companheiros do general Gomes Freire de Andrade que foram aqui enforcados, suspeitos de conspiração contra o general inglês William Beresford. O Visconde Beresford foi comandante-em-chefe do Exército Português e na prática governador de Portugal durante o exílio da Corte no Rio de Janeiro.

No Campo de Santana situa-se a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, no edifício da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa criada em 1836. Em frente ao edifício encontra-se a estátua do Dr. Sousa Martins (na foto), que é popularmente considerado e cultuado como um santo, apesar de laico, como mostram os inúmeros ex-votos que rodeiam a estátua. O Dr. Sousa Martins, falecido em 1897, é muito mais conhecido que os Mártires da Pátria.

O jardim neste Campo tem o nome de Braamcamp Freire, um historiador e político do fim da monarquia e início da república. No seu tempo tinha a invulgar característica de ser simultaneamente republicano e católico.

No jardim está a placa, do lado esquerdo da imagem, cujo texto, na ortografia da época, é o seguinte:

«Em 18 de outubro de 1817 foram supliciados neste campo por defenderem a liberdade e a integridade da patria os heroicos companheiros do general Gomes Freire de Andrade cujos nomes se recordam á posteridade.

José Joaquim Pinto da Silva, José Campelo de Miranda, José Ribeiro Pinto, Manoel Monteiro de Carvalho, Henrique José Garcia de Moraes, José Francisco das Neves, Antonio Cabral Calheiros Furtado e Lemos, Pedro Ricardo Figueiró, Manoel de Jesus Monteiro, Manoel Inacio de Figueiredo, Μaximiano Dias Ribeiro.

Honra á sua memoria.

Esta lapida significa a homenagem da Câmara Municipal de Lisboa na comemoração do centenario da morte dos gloriosos extinctos. 18 de outubro de 1917.»

 

16 dezembro 2024

RUA DO EMBAIXADOR, Lisboa

RUA DO EMBAIXADOR, freguesia de Belém, Lisboa, Portugal.

Foi no século XVIII chamada a Rua Nova do Embaixador de Castela. Refere-se ao embaixador castelhano o Conde de Mazeda (Maceda?), entre 1757 e 1760.

 

09 dezembro 2024

CALÇADA DO MARQUÊS DE TANCOS, Lisboa

CALÇADA DO MARQUÊS DE TANCOS, Alfama, antiga freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, freguesia de Santa Maria Maior, Lisboa, Portugal.

Na foto, o Palácio do Marquês de Tancos, um dos raros edifícios do século XVI que resistiram ao terramoto de 1755. ‍O título de Marquês de Tancos foi criado por D. José I a favor de D. João Manoel de Noronha (1679-1761), 6.º Conde da Atalaia.

Tancos é uma freguesia do concelho de Vila Nova da Barquinha, no Ribatejo
Tancos «Parece vir da raiz céltica tenk, 'unir-se', e é esta a opinião de José Pedro Machado, mas carece de provas documentais. O topónimo já existia na forma atual pelo menos no século XIII.» (infopedia.pt)

 ☛ Ver também:

- Tancos.

05 dezembro 2024

CALÇADA DO FERRAGIAL, Lisboa

CALÇADA DO FERRAGIAL, antiga freguesia de São Paulo, freguesia da Misericórdia, Lisboa, Portugal.

Ferragial: campo em que se cultivam plantas ou ervas para a alimentação do gado, ferregial. 

Ferregial: campo de ferrejo ou ferrã; terreno em que se cultivam plantas ou ervas para a alimentação do gado; farrejal, ferragial. 

Ferrejo, ferrã: cevada ou centeio cortados enquanto verdes para o gado; planta ou erva utilizada como forragem, ferrejo, ferranha. Ferranha: qualquer erva utilizada como forragem, ferrã. Do latim farragine.

Ferregial: do português antigo ferragial, 'campo de ferrejo' ou 'pastagem'. Tem os derivados Ferrejal, Ferrujal e Ferrujais. (infopedia.pt)

 

30 novembro 2024

PRAÇA DOS RESTAURADORES, Lisboa

PRAÇA DOS RESTAURADORES, freguesia de Santa Maria Maior, Lisboa, Portugal.

Esta praça, com o monumento, homenageia os heróis da Restauração da Independência, de 1 de dezembro de 1640, e da Guerra da Restauração que se seguiu. A revolta, iniciada pelos Conjurados, pôs fim a 40 anos de domínio da dinastia filipina dos Habsburgo, da Coroa de Castela, e levou à instauração da dinastia de Bragança, com a aclamação de D. João IV.

A Praça dos Restauradores situa-se entre a Rua 1.º de Dezembro e a Avenida da Liberdade, onde antes se localizava o Largo do Passeio Público. A praça foi criada em 1884 e o Monumento aos Restauradores foi inaugurado em 1886.

28 novembro 2024

ALCÂNTARA, Lisboa

ALCÂNTARA

Freguesia da zona ocidental de Lisboa, Portugal.

Do árabe al-qantara, «ponte». A palavra alcântara designava especificamente uma ponte de pedra.

A zona de Alcântara chamava-se Horta Navia no tempo dos romanos. Tinha uma ponte sobre a ribeira, no agora chamado Vale de Alcântara. Durante o domínio mouro a zona foi chamada Alcântara, ou seja a designação árabe da referida ponte.

A freguesia foi criada em 1770, com o nome de São Pedro em Alcântara por se transferir para esta zona aquela que era até então a freguesia de São Pedro em Alfama. Durante algum tempo, parte da freguesia pertenceu ao extinto concelho de Belém.

A Ermida ou Igreja de Santo Amaro, no centro da foto superior, foi iniciada no século XVI. A sua construção é atribuída aos galegos de uma barca que naufragou à entrada da barra. Outra hipótese é um grupo de frades da Ordem de Cristo. Santo Amaro é o padroeiro dos galegos que vivem em Portugal.

A Ponte 25 de Abril, inaugurada em 1966, na margem norte amarra em Alcântara e é prolongada por um viaduto sobre os edifícios.

☛ Ver também:

- Alcântara, Maranhão, Brasil.

26 novembro 2024

PRAÇA MARTIM MONIZ, Lisboa

PRAÇA MARTIM MONIZ, freguesia de Santa Maria Maior, Lisboa, Portugal.

«MARTIM MONIZ. Fidalgo e capitão do exército de Afonso Henriques, autor de feitos notáveis na Batalha de Ourique, teve acção preponderante na conquista de Lisboa em 1147. Segundo a lenda, ter-se-á atravessado numa das portas e, com a ajuda do machado, terá permitido aos companheiros a entrada no castelo. Trespassado pelas lanças mouriscas, morreu por Lisboa cristã.» 

(Texto na placa do monumento na praça.)

 

24 novembro 2024

RUA GENERAL TABORDA, Lisboa

RUA GENERAL TABORDA, freguesia de Campolide, Lisboa, Portugal.

Não tenho muitas informações sobre quem foi este general, mas creio que estava entre os Bravos do Mindelo, que é o nome dado ao desembarque das tropas liberais no Mindelo, a norte do Porto, em 8 de Julho de 1832, durante as Guerras Liberais.

RUA DAS PRETAS, Lisboa

RUA DAS PRETAS, antiga freguesia de São José, freguesia de Santo António, Lisboa, Portugal. 

É «uma transversal à Avenida da Liberdade. Pouco se sabe sobre a origem [ deste topónimo ]. Contudo, no que toca à Rua das Pretas, "conhecem-se referências já do século XVII" (nº6, 2001, p.211), possivelmente relacionadas com um grupo de mulheres negras que geriam alojamentos para forasteiros naquele local.» (https://maislisboa.fcsh.unl.pt/africa-no-feminino-ruas-lisboa/)

 

RUA DO POÇO DOS NEGROS, Lisboa

RUA DO POÇO DOS NEGROS

Rua da antiga freguesia de Santa Catarina, freguesia da Misericórdia, Lisboa, Portugal.

Um topónimo com duas explicações.

«A Rua do Poço dos Negros interliga a Calçada do Combro com o bairro da Madragoa. As explicações históricas sobre o topónimo foram investigadas, principalmente, por Isabel Castro Henriques, especialista em História da África, e pelo olisipógrafo José Sarmento de Matos, que chegaram a duas divergentes conclusões. De um lado, o nome é justificado pela ordem dada por D. Manuel I, em 1515, de escavar um poço onde colocar os corpos dos escravizados falecidos, recém-chegados a Portugal, visando travar a prática de os atirarem pelas encostas de Santa Catarina e evitar, desta forma, miasmas e pestilências. Do outro lado, o topónimo é explicado pela presença de um poço de água pertencente aos Beneditinos, chamados ‘padres Negros’ por causa do traje, ao qual o povo de Lisboa tinha livre acesso. Nas interpretações dos dois autores emerge a evidência do tema sensível, que toca cordas ligadas à maneira de reconhecer e elaborar o passado colonial português, em particular, no que diz respeito ao tráfego negreiro atlântico.

Na última década, a toponímia das cidades europeias tem vindo a ser questionada.(...)»

(https://echoes.ces.uc.pt/expo-lisboa/rua-do-poco-dos-negros/)

«A Rua do Poço dos Negros tem origem do seu topónimo possivelmente ligado à existência de uma carta régia de D. Manuel I, datada de 13 de Novembro de 1515, escrita em Almeirim e dirigida à cidade de Lisboa, sobre a necessidade de se construir um poço para depositar os corpos dos escravos mortos, sobretudo aquando de surtos epidémicos.

Diz a carta que os escravos eram mal sepultados e muitos seriam mesmo lançados "na lixeira que está junto da Cruz da Pedra a Santa Catarina (actual Rua Marechal Saldanha) que está no caminho que vai da porta de Santa Catarina para Santos", ou para a praia onde ficavam à mercê da voracidade dos cães.

Para evitar as deletérias consequências de tantos cadáveres não sepultados, achava o Rei "que o melhor remédio será fazer-se um poço, o mais fundo que pudesse ser, no lugar que fosse mais conveniente, no qual se lançassem os ditos escravos" e para ajudar a decomposição dos corpos dizia ainda que se deitasse "alguma quantidade de cal virgem" de quando em quando.

Tal medida seria cumprida pela Câmara, que o teria mandado fazer no referido caminho para Santos (descendo a actual Calçada do Combro, conhecido por Horta Navia - nome de uma divindade indígena após a ocupação Romana).

A actual localização perdeu-se, mas a aproximação geográfica do antigo Largo do Poço Novo (actual Largo Dr. António de Sousa de Macedo) ao fundo da Calçada do Combro, nome que já nos aparece na segunda metade de Quinhentos em substituição da designação primeva, comodamente parece ajudar na sua localização.»

(https://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.com/2010/06/rua-do-poco-dos-negros-i.html)

«Antes de se esmiuçar a origem do topónimo, convirá lembrar que a primeira preocupação com os escravos era baptizá-los, percebessem ou não o significado, e só depois eram trazidos para servir em Lisboa. Portanto, os escravos eram membros da comunidade cristã. Ora, como é sabido, todo o cristão tinha de ser sepultado em terreno sagrado, ou seja, então dentro das igrejas, quando havia posses para tal, ou nos adros respectivos, para os mais carenciados. Logo atirar corpos de cristãos para poços não era prática legitimada, pelo que tal ideia não tem qualquer fundamento.

No entanto, no século XVI, por exemplo, quando Lisboa era assolada por epidemias de peste, sabe-se que o rei D. Manuel mandou abrir valas comuns para recolher cadáveres pestíferos, quer por as igrejas estarem sobrelotadas, quer para evitar contágios. Sabe-se mesmo que uma dessas valas foi aberta não longe desta zona do actual Poço dos Negros, então área erma na periferia da cidade.

Após o concílio de Trento, os dois ramos dos beneditinos, ordens até então cingidas ao mundo rural, instalaram conventos dentro das cidades. Os cistercienses, ditos os Brancos dada a cor da capa, abrem no convento do Desterro uma "sucursal" da casa-mãe de Alcobaça. Quanto aos cluniacenses, chamados os Negros, por ser dessa cor a sua larga capa, vieram de Tibães e Santo Tirso para a capital. Adquiriram uma enorme propriedade na encosta que hoje chamamos a Estrela, limitada em baixo pelo vale que rapidamente se chamou de São Bento. (...)

Acontece que os padres Negros, como todos lhes chamavam, dispunham, no limite sul da propriedade, de um poço farto que rapidamente - talvez até para ganhar simpatias - puseram à disposição da vizinhança. Daí, agradecidos, os beneficiários usufruíam a água preciosa que os padres lhes ofereciam, chamando-lhe por isso o Poço dos Padres Negros, ou, para encurtar, o Poço dos Negros.

É esta, simplesmente, a origem do topónimo que tanta indignação tem gerado em espíritos por certo pesarosos pelas práticas menos humanas dos seus antepassados. Só que neste caso não há razão para tal, pois os Negros são meros padres disponíveis a ajudar o próximo.»

(https://www.publico.pt/2012/09/16/jornal/o-poco-dos-negros-25249089)

CETE

CETE Vila e freguesia do concelho de  Paredes ,  Douro Litoral , Portugal. «Entre 1112 e o início do século XIX foi constituído o Couto de C...