FORTE DE SÃO JOÃO BAPTISTA DE AJUDÁ — OUIDAH
Feitoria e forte estabelecido pelos portugueses em Ajudá (Ouidah), no Daomé, atual Benim.
O nome Ajudá é o aportuguesamento de Ouidah, variante de Huéda, Houéda ou Xwéda, registada sob diversas formas, conforme a pronúncia ou a grafia, incluindo também Whidah, Whidaw, Whydah, Wida, Adjuda, Fida. Houéda ou Xwéda é o nome da etnia que estabeleceu no século XV na região e formou um pequeno reino. Ajudá ou Ouidah é a deformação do etnónimo Huéda, mas o verdadeiro nome da cidade na língua fon é Glexwe ou Gléhoué, com o significado de «casa dos campos» ou «fazenda». Em fon, gé significa «casa» e xué ou houé significa «campos».
Os portugueses instalaram uma primeira feitoria em Ajudá cerca de 1490. A ideia de construção de uma fortaleza teve início em 1680, mas só se concretizou em 1721, em disputa com holandeses, ingleses e franceses pelo controlo da região, a qual foi chamada Costa dos Escravos. Após o fim do tráfico de escravos e a tomada do Daomé pelos franceses, os portugueses permaneceram no pequeno enclave do forte e área circundante, que constituiu o menor território colonial do Mundo. Com o ultimato do novo governo do Daomé independente, na noite de 1 de agosto de 1961 na ausência do governador que tinha ido a Lisboa, o secretário do forte, pegou fogo às instalações, por ordem de Salazar, abandonou-o e dirigiu-se para a Nigéria. Foi o princípio do fim das colónias portuguesas no século XX. Quatro meses depois a Índia invadiu Goa, Damão e Diu. Portugal só reconheceu a anexação de São João Baptista de Ajudá em 1975, por acaso no mesmo ano em que o Daomé mudou o nome para Benim.
O forte foi depois transformado no Museu de História de Ouidah. O incêndio deliberado das instalações pelo seu último ocupante destruiu os arquivos que tinham informações históricas sobre o tráfico de escravos (segundo Jean-Norbert Vignondé).
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