30 dezembro 2024

CIBORRO

CIBORRO

Freguesia do concelho de Montemor-o-NovoAlto Alentejo, Portugal.

A palavra Ciborro designava inicialmente um dos montes que integravam a Herdade do Paço de Aragão, da freguesia de São Geraldo. Em 1473 a herdade do «Paço do Arangoês» aparece referida nas confrontações de outra herdade. Em 1783 a Herdade do Paço tinha como maiores senhorios os cónegos de São João Evangelista, de Évora (Loios), e como senhorios minoritários o Mosteiro da Saudação, de Montemor, e o Mosteiro do Paraíso, de Évora. Em 1841, depois da extinção das ordens religiosas, quando da venda dos bens nacionais, a propriedade foi adquirida pela Duquesa do Louriçal, que, por sua vez, a vendeu, em 1870, a António Lopes Ferreira dos Anjos, natural de Cabeçudo, Ferreira do Zêzere, que comprou também outras herdades das cercanias. O seu genro, Luís Leite Pereira Jardim, 1º. Conde de Valenças. O Monte do Ciborro ficou, portanto, a fazer parte do Condado, cuja área abrangia não só a Herdade do Paço, como ainda as Herdades da Azambujeira, do Cavaleiro, do Barrocal, de São Lourenço e, finalmente, a Herdade de Valenças, a qual deu o seu nome ao Condado em que estava integrada. Valenças tratar-se-ia de um topónimo referente a senhoras locais com o apelido Valença (as Valenças). Esta designação teria surgido por serem naturais de Valença [do Minho], ou por terem qualquer tipo de relação com esta localidade.

O Conde de Valenças, aforou, a partir de 1897, pequenos lotes de terreno no Monte do Ciborro, que se diz ter servido de habitação aos cabreiros que por aqui guardavam rebanhos de cabras, com o fim de atrair pessoas para o local, dentro de uma política seguida na época por grandes proprietários da região para fixar, junto das respetivas terras, mão-de–obra disponível para os trabalhos agrícolas. Estas pessoas estavam, no fundamental, ligadas à agricultura e à pecuária. Sendo o condado fértil em terrenos para searas de trigo, centeio e cevada, estas famílias lavravam e semeavam as terras do Condado, pagando a respetiva renda ao Conde. Os foreiros eram provenientes não só das povoações limítrofes (São Geraldo, Brotas, Coruche, Couço, Mora, Arraiolos, Sabugueiro, São Pedro da Gafanhoeira, Évora, Montemor-o-Novo), como de Nisa, Peso da Régua, Nelas, Ancião, Pombal, etc. Foi da fixação destes foreiros, em número de 30, por volta de 1900, que nasceu o primitivo núcleo da aldeia. Foi-lhe posto, oficialmente, o nome de Aldeia Nova de Valenças, mas o povo continuou a designá-la com o nome de Ciborro.

Com 56,31 km² é a mais pequena das freguesias do concelho de Montemor-o-Novo. A freguesia do Ciborro, situada a norte do concelho, é delimitada pelo concelho de Coruche que se prolonga até aqui, dividindo-a de Brotas, concelho de Mora, com quem estabelece uma relação próxima e natural. Pertenceu antes à freguesia de São Geraldo. Uma vez extinta esta, passaram as duas localidades a pertencer à freguesia de Nossa Senhora do Bispo. Em 1985, Ciborro é, finalmente, elevada a freguesia.

Situa-se no Ciborro o marco do km 500 da Estrada Nacional N.º 2.

 

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