11 outubro 2025

BANCO GORRINGE

BANCO GORRINGE

Grupo de montes submarinos na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Portugal continental, cujo ponto central localiza-se a cerca de 115 milhas náuticas (213 km) a sudoeste do Cabo de São Vicente, nas coordenadas 36°34'40"N, 011°20'32"W.

O Banco Gorringe foi descoberto em novembro de 1875 por Henry Honychurch Gorringe, comandante do navio USS Gettysburg, do United States Coast Survey. Também é conhecido por Gettysburg, devido ao nome de um dos picos.

Situa-se entre duas superfícies abissais profundas: a norte e noroeste, a Planície Abissal do Tejo, de profundidades superiores a 5000 m, e a sul, a Planície Abissal da Ferradura, a cerca de 4500 m de profundidade. Eleva-se até próximo da superfície, sendo os dois picos menos profundos o Ormonde, a 48 m, e o Gettysburg, a apenas 25 m. Faz parte da cadeia de montes submarinos da Ferradura, num alinhamento que se prolonga do Arquipélago da Madeira até ao Algarve (sudoeste de Portugal continental), na zona de convergência das placas tectónicas africana e euro-asiática, no extremo este da zona de fratura conhecida como Açores - Gibraltar. Na zona localizaram-se os epicentros dos sismos mais violentos ocorridos em Portugal e Norte de África, incluindo o de 1755.

No Banco Gorringe predomina a tipologia de habitat recife. O relevo submarino da área apresenta grandes dimensões e vertentes de acentuados e imponentes declives, estendendo-se desde a zona eufótica até à zona abissal, possibilitando a ocorrência de uma imensa gama de habitats e espécies, desde as fotossintéticas às abissais, que vivem em plena escuridão. A par da presença de luz, as camadas superficiais também beneficiam de fenómenos de afloramento que fazem ascender à superfície massas de água ricas em nutrientes, favorecendo uma elevada produtividade biológica. A coluna de água é caracterizada pela presença de numerosos cardumes de peixes pelágicos de grandes dimensões, cetáceos, tubarões e acima da coluna de água é frequentado por aves marinhas, que utilizam esta zona para alimentação. Entre os montes submarinos estudados até à data, o Banco Gorringe é dos que apresenta maior biodiversidade e número de habitats, sendo rico em diversas espécies de fauna marinha, que inclui a tartaruga-comum (Caretta caretta) e o roaz (Tursiops truncatus).

O Banco Gorringe tem sido objeto de diversos estudos científicos, desde o Príncipe Alberto I do Mónaco, o Instituto Hidrográfico português ou a organização Oceana. As características naturais de elevada relevância presentes no Banco Gorringe justificaram a sua inclusão na Lista Nacional de Sítios, no âmbito da Rede Natura 2000 no Meio Marinho. O sítio ocupa uma área marítima de 2.288.782,11 ha, inteiramente na ZEE portuguesa, no domínio público marítimo.

Os montes submarinos, como o Gorringe, são formações conspícuas nos oceanos e encontram-se na lista de habitats ameaçados ou em declínio da Convenção OSPAR (Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste) e qualificam-se como Ecossistema Marinho Vulnerável, de acordo com os critérios internacionais para a gestão das pescarias em alto mar, em áreas fora de jurisdição nacional.

Em inglês, a área do Banco Gorringe, ou Banco de Gorringe, é chamada Gorringe Bank ou Gorringe Ridge.

Texto baseado no publicado em https://salvador-nautico.blogspot.com/2020/01/oceano-atlantico.html

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

RÍO EBRO — RIU EBRE

RÍO EBRO — RIU EBRE O segundo ou terceiro maior rio da Península Ibéria . É o maior inteiramente dentro do estado espanhol . Nasce na Cordil...