24 março 2025

SANTIAGO DO CACÉM

SANTIAGO DO CACÉM

Cidade do Baixo Alentejo, Portugal, a cerca de 11 km da costa.

Santiago: «Contração de Santo Iago, 'São Jacob', hoje São Tiago. Como era de esperar, tratando-se do Apóstolo da Hispânia, este topónimo encontra-se igualmente na Espanha»(1) e em muitos países que usam as línguas portuguesa e castelhana.

Cacém: «Do árabe qásim, 'o que reparte'. Tem os derivados Cácima e Caçome.»(1)

São Tiago era também chamado Santiago Maior e, na Idade Média na Península Ibérica, Santiago Mata-Mouros, que é o que está representado no brasão da cidade: «Escudo de azul, cavaleiro vestido de cota de malha brandindo na mão direita uma espada de prata e sustentando no braço esquerdo um escudo amendoado de prata carregado da Cruz de Santiago, de vermelho. O cavaleiro cavalgando um corcel branco. Sob as patas dianteiras do cavalo, um mouro, derrotado, vestido de albornoz e turbante brancos, segurando uma adaga.»(2)

«Terá sido por volta de 712, e já após o declínio de Miróbriga, que os mouros atingiram o território, edificando o castelo na colina defronte; pensa-se inclusivamente que o nome Kassem estará ligado ao alcaide mouro. A ocupação moura prolongou-se até ao séc. XII e muitas batalhas pela reconquista se travaram no território até que, em 1217, voltou definitivamente à posse dos cristãos, tendo D. Afonso II confirmado a doação de seu pai à Ordem dos Espatários [ Ordem de Santiago ou Ordem de Sant'Iago da Espada ]. O burgo medieval de Sant'Iago de Kassem era já de grande importância no séc. XIII, com responsáveis políticos e administrativos de primeira categoria (pretores, alvazis, juízes, alcaides, almoxarifes). Já considerada oficialmente vila em 1186, recebeu a sua primeira carta de foral, por ordem do rei D. Dinis. Entre 1315 e 1336, por doação de D. Dinis, a vila e o castelo passaram a pertencer à princesa D.ª Vetácia, aia e amiga da rainha Santa Isabel, tendo regressado à Ordem de Santiago após a morte da sua proprietária. O primeiro comendador da vila pela Ordem foi Carlos Pessanha.»(3)

 

CADAFAIS

CADAFAIS

Freguesia do concelho de AlenquerEstremadura, Portugal.

Cadaval: «De cadaval, 'terreno onde há cádavas'. Encontra-se também na Galiza sob a forma Cadabal. Tem os derivados Cadafais, Cadafás, Cadavai, Cadavais, Cadavajo, Cadavão, Cadaveira e Cadaveiro.» (infopedia.pt)

Cádava: «Conjunto dos pés de mato que ficam depois das queimadas. De origem obscura.» (infopedia.pt)

Cádava, Cádavo: «Tronco chamuscado que fica no terreno que se queimou.» (estraviz.org)

Cadava: «Conjunto dos caules lenhosos que, após as queimadas, ainda ficam de pé.  Etimologia: espanhol cadava (michaelis.uol.com.br)

Cádava: «(rural, Asturias) Tronco seco o chamuscado de árgoma o tojo.» (dle.rae.es)

Na foto, a vinha em primeiro plano é na freguesia de Cachoeiras, concelho de Vila Franca de XiraRibatejo.

 

PERDIGÃO

PERDIGÃO

Município do estado de Minas Gerais, Brasil.

«Segundo contam os mais antigos, com a emancipação política deu-se o nome de Perdigão em homenagem ao bandeirante Perdigão Pereira que passou por essas terra e que morreu nas proximidades da Fazenda Perdigão.(...)

Perdigão, antiga Vila Saúde, e demais cidades vizinhas, teve seu início com a povoação dos índios Cataguases.(...)

A Vila Saúde, incluído o distrito de Cercado era da aplicação de Nossa Senhora da Piedade do Pitangui.(...)

Por causa das afamadas águas curativas, a vila ganhou nome de “Saúde” e como padroeira Nossa Senhora da Saúde.» (https://perdigao.mg.gov.br/)

Perdigão: macho da perdiz; do latim vulgar *perdicone-, aumentativo de perdice-, «perdiz». (infopedia.pt)

 

23 março 2025

BOLFETA

BOLFETA

Povoação da antiga freguesia de Palmaz, concelho de Oliveira de AzeméisBeira Litoral, Portugal.

Do antropónimo árabe Abu'l Fath. Existe a variante Bolfata. (infopedia.pt)

 

KARLŠTEJN

KARLŠTEJN

Castelo e povoação da Boémia Central (Středočeský kraj), República Checa (Česko).

O nome é a adaptação checa do topónimo alemão Karlstein, que combina Karl e Stein e significa «pedra de Carlos» ou «rocha de Carlos». O nome é uma homenagem ao imperador Carlos IV, do Sacro Império Romano-Germânico (Karel IV em checo, Karl IV em alemão).

 

21 março 2025

Topónimos de frutos

TOPÓNIMOS DE FRUTOS

Os topónimos derivados de árvores são frequentes, mas dos frutos não. De facto, em Portugal são raros e talvez a maior parte seja mera coincidência ortográfica, nomeadamente os "peros" e "peras" (variações de "pedra" ou "Pedro"). Aqui estão alguns exemplos:

Amora - Seixal
Avelãs da Ribeira - Guarda
Avelãs de Ambom - Guarda
Avelãs de Caminho - Anadia
Avelãs de Cima - Anadia
Castro de Avelãs - Bragança
Maçã - Sesimbra
Maçãs de Caminho - Alvaiázere
Marmelos - Mirandela
Pinhão - Alijó
Uva - Vimioso (Uba em mirandês)
Vilar de Figos - Barcelos
Pera - Almada
Pera - Silves
Pero Negro - Mafra
Pero Negro - Sobral de Monte Agraço
Pero Pinheiro - Sintra

 

PORTO SEGURO — AGBODRAFO

AGBODRAFO — PORTO SEGURO

Cidade do sul do Togo, na região do Golfo da Guiné antigamente chamada Costa dos Escravos.

Porto Seguro cresceu em torno de um forte português que ainda existe perto da Casa dos Escravos. Os portugueses deram à cidade o nome de Porto Seguro, que ainda é usado e reconhecido, mas o povo manteve o nome local Agbodrafo.

A Casa dos Escravos (Maison des Esclaves), também chamada Wood Home ou Wood House (na imagem), foi construída em 1835 pelo comerciante de escravos escocês, John Henry Wood, pouco depois da chegada de parte do clã Adjigo, liderado pelo Rei Assiakoley, que tinha sido expulso de Aného e lutou para manter o comércio lucrativo. O objetivo da casa foi a continuação do tráfico ilegal de escravos, apesar da abolição da escravatura pela Inglaterra em 1807. O comércio só terminou oficialmente em 1852, quando o emissário da Coroa Britânica presenteou o chefe de Porto Seguro com uma bengala simbólica, enviada pela Rainha de Inglaterra para assinalar este marco histórico. No entanto a casa foi utilizada discretamente até ao fim do século XIX, apesar das injunções das potências ocidentais e da vigilância dos navios anti-esclavagistas.
O estilo arquitetónico da Casa dos Escravos é chamado afro-brasileiro. Não é um forte ou castelo, porque foi criada numa época peculiar do nefasto tráfico de escravos para continuar a escravatura sem ser detetada.

Ver também:

- Porto Seguro, Brasil.

 

BETANCURIA

BETANCURIA

Localidade da Ilha de FuerteventuraCanárias, Reino de Espanha. 

Santa María de Betancuria é a cidade mais antiga da ilha, fundada em 1405 por Jean de Béthencourt. O nome deriva de uma capela dedicada a Nossa Senhora de Béthencourt, do mesmo tempo da fundação da povoação.

Jean de Béthencourt foi um explorador e conquistador normando das Canárias, ao serviço de Castela, chegando a usar o título de Rei das Canárias. Nasceu em 1361 no castelo de Grainville-la-Teinturière. Tinha também, entre outros, o senhorio da povoação de Béthencourt-sur-Mer, na vizinha Picardia, norte de França.

O topónimo e antropónimo Béthencourt tem origem no nome germânico Betten / Betto, com a terminação -court, comum no norte da França, que significa «pátio, corte, quinta, propriedade».

Jean de Béthencourt deixou a governação das possessões canárias ao seu sobrinho Maciot de Béthencourt. Os descendentes de Maciot estão na origem do nome de família Béthencourt, Bettencourt, Bitencourt e outras variantes, muito comuns nas ilhas Canárias, Madeira e Açores.

 

20 março 2025

SAMODÃES

SAMODÃES

Freguesia do concelho de LamegoAlto Douro, Portugal.

Segundo Dwaart Terraceltica:

«O termo ou étimo "SAM" Celta relacionado com termo gaélico irlandês e escocês samain, samuin e Samhna ou SAMONIOS do calendario gaulês descoberto em Coligny, França. Tudo se refere ao FIM do Verão (confronte-se com Summer) e o início do Inverno e do NOVO ANO da roda do calendário celta data de grandes festividades de onde derivaram o Halloween e o dia de Finados ou de Todos-os-Santos. Então SAM refere-se literalmente a Terras do Poente e Terra das colheitas. Ah, é verdade, existe para além de outras terras com "SAM", a de SAMÕES, freguesia pertencente a Vila Flor, Trás-os-Montes, Norte de Portugal.»

Outras opiniões na Toponímia da Gallaecia:

https://www.facebook.com/photo/?fbid=5558566177511378&set=gm.2876631082637413&idorvanity=1687756998191500

 

PORTO SEGURO

PORTO SEGURO

Cidade e município do litoral sul do estado da Bahia, Brasil, na região onde chegaram os primeiros portugueses em 1500.

Da Carta de Pero Vaz de Caminha, a El Rei D. Manuel:

«Mandou o capitão aos navios pequenos que fossem mais chegados à terra e que achassem pouso seguro pera as naus que amainassem. E sendo nós pela costa obra de 10 léguas donde levantámos ferro, acharam os ditos navios pequenos um arrecife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada, e meteram-se dentro e amainaram.(...) E as naus arribaram sobre eles, e um pouco antes do sol posto amainaram, obra duma légua do arrecife, e ancoraram-se em 11 braças.(...)
Ao sábado pola manhã mandou o capitão fazer vela, e fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e alta de 6 ou 7 braças e entraram todas as naus dentro e ancoraram-se a 5 ou 6 braças — a ancoragem dentro é tão grande e tão formosa e tão segura que podem jazer dentro nela mais de 200 navios e naus.(...)
Deste porto seguro da vossa ilha da Vera Cruz, hoje sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.»

O Monte Pascoal, a primeira terra avistada no Brasil por Pedro Álvares Cabral, situa-se no município de Porto Seguro.

O lema de Porto Seguro é «Jam ante Brasiliam ego» e significa «Antes do Brasil, Eu».

Ver também:

Monte Pascoal.

- Porto Seguro, Togo.

 

19 março 2025

RIO DO JUDEU

RIO DO JUDEU

Rio situado nas freguesias de Arrentela e Amora, concelho do SeixalEstremadura, Portugal.

O nome indicado na placa está errado, porque o rio não é judeu, nem judaico. O nome original é Rio do Judeu porque os terrenos à volta pertenciam a um judeu, David Negro, almoxarife das alfândegas no reinado de D. Fernando I (século XIV). O Rio do Judeu é um afluente da margem esquerda do Estuário do Tejo.

 

PINDAMONHANGABA

PINDAMONHANGABA

Cidade do estado de São Paulo, Brasil.

O seu nome, de origem tupi, «significa “lugar onde se fazem anzóis”. No local abundava um tipo de palmeira, cujo espinho era utilizado para fabricar pindás, o que na língua tupi significa anzol. Daí a junção de pindá (anzol) com monhang (fazer) e aba (lugar).(...)

No século XVIII, Pindamonhangaba se tornou um importante centro comercial e político, pois era o caminho mais curto entre Minas Gerais e São Paulo. No século XIX, a cidade viveu o auge do ciclo do café, que trouxe riqueza e progresso. Foi nessa época que Pindamonhangaba ganhou o título de Princesa do Norte, dado pelo cronista e poeta Emílio Zaluar.»

https://www.breveslancamentos.com.br/postagem/pindamonhangaba-cidade-que-tem-historia

 

PONTE DA ASSAMAÇA / ASSAMASSA

PONTE DA ASSAMAÇA, PONTE DE ASSAMAÇA ou PONTE DA ASSAMASSA?

Povoação do concelho de Pombal, Beira Litoral, Portugal.

«Assamassa/Assamaça vem do árabe اشءشامشاه | aš-šamšah, quer dizer lugar exposto ao sol.»

(Paulo Castro Garrido, https://www.facebook.com/groups/769084824516613/permalink/836259747799120/)

LUZERN

LUZERN

Cidade e cantão da Suíça central, nas margens do Lago dos Quatro Cantões (Vierwaldstättersee).

O nome da cidade é Luzern em alemão, Lucerne em francês e Lucerna em italiano, romanche e português.

«O nome Luzern não é claramente interpretado. É provavelmente composto pelo nome latino do peixe lucius, «lúcio» e pelo sufixo -aria, «lugar onde algo ocorre livremente ou em grandes quantidades». O significado do nome seria, portanto, «lugar onde os lúcios se encontram em grande número».»

https://search.ortsnamen.ch/fr/record/802001061/

 

TABERNA SECA

TABERNA SECA

Localidade da freguesia e concelho de Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal.

O nome desta aldeia é um aviso para não parar aqui?

🙂

VANCOUVER

VANCOUVER ⬧ Cidade da província de British Columbia ,  Canadá . ⬧ Ilha da mesma província. O topónimo Vancouver deriva do explorador  britân...