31 dezembro 2024

FRANÇA ULTRAMARINA — FRANCE D'OUTRE-MER

FRANCE D'OUTRE-MER
FRANÇA ULTRAMARINA

Vários territórios em todo o planeta ainda são dependências da República Francesa. O território na Europa é denominado France métropolitaine. Os territórios fora da Europa são chamados no seu conjunto France d'outre-mer e outras designações. Conforme o tipo de administração, os territórios ultramarinos dividem-se em Départements et régions d'outre-mer e Collectivités d'outre-mer (DROM-COM, antes DOM-TOM). Alguns DROM são também designados Collectivité territoriale unique, em que a assembleia regional agrega as competências da região e do departamento. A Nova Caledónia é uma Collectivité sui generis. Os DROM-COM são os seguintes, com o nome em francês e português:

- Guadeloupe - Guadalupe.
- Martinique - Martinica.
- Guyane - Guiana Francesa.
- La Réunion - Reunião.
- Saint-Pierre-et-Miquelon - São Pedro e Miquelão.
- Mayotte - Maiote.
- Saint-Barthélemy - São Bartolomeu.
- Saint-Martin - São Martinho.
- Wallis-et-Futuna - Wallis e Futuna.
- Polynésie française - Polinésia Francesa.
- Nouvelle-Calédonie - Nova Caledónia.
- Clipperton - Clipperton - ilha desabitada.
- Terres australes et antarctiques françaises - Terras Austrais e Antárticas Francesas (TAAF). Territórios sem habitantes permanentes. É constituído pelas ilhas: Kerguelen, Crozet, Saint-Paul et Amsterdam, Éparses (Europa, Bassas da India, Juan de Nova, Glorieuses, Tromelin). A Terre Adélie, na Antártida, é considerada parte das TAAF, mas sem reconhecimento internacional devido ao Tratado da Antártida.

A ilha da Córsega (Corsica / Corse) não é considera um território ultramarino francês mas tem o estatuto de Collectivité territoriale unique.

Ver também:

- Territórios Ultramarinos Britânicos (British Overseas Territories).

ROAD TOWN

ROAD TOWN

Capital e maior cidade das Ilhas Virgens Britânicas (British Virgin Islands), localizada na Ilha de Tortola.

O nome da cidade deriva do termo náutico road ou roadstead, equivalente a rada ou enseada em português.

Ver também:

Ilhas Virgens.

 

FONTE DA TELHA

FONTE DA TELHA

Localidades no litoral dos concelhos do Ferrol (Galiza) e Almada (Portugal).

OLDENBURG (Oldb)

OLDENBURG — OLLNBORG — OOLDENBUURICH

Cidade do estado da Baixa Saxónia (Niedersachsen), no norte da Alemanha.

O nome oficial é Oldenburg (Oldb) como forma reduzida de Oldenburg in Oldenburg, para distinguir de Oldenburg in Holstein.

A cidade de Oldenburg (Oldb) foi a capital do Estado Livre de Oldemburgo (Freistaat Oldenburg), durante a República de Weimar (Deutsches Reich), entre 1918 e 1946. Anteriormente foi um grão-ducado e um condado. A Casa de Oldemburgo (Haus von Oldenburg) foi uma importante família nobre e casa real europeia.

O local foi mencionado pela primeira vez em 1108 com o nome Aldenburg. Os franceses, durante a anexação, de 1811 a 1813, chamaram-lhe Le Vieux-Bourg.

 

EGA

EGA

Vila e freguesia do concelho de Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, Portugal.

Foi sede de concelho entre 1231 e 1835.

«Do étimo ibérico ech-, ao que parece ligado ao antropónimo medieval Egas. Tem a variante Eja.» (infopedia.pt)

 

CHARLOTTE AMALIE

CHARLOTTE AMALIE

Capital das Ilhas Virgens dos EUA (U.S. Virgin Islands), na Ilha de Saint Thomas. Foi a capital das Ilhas Virgens Dinamarquesas (De Danske Jomfruøer ou Dansk Vestindien), depois vendidas aos EUA. A cidade originalmente foi chamada Taphus. Em 1691 o nome foi mudado para Charlotte Amalie, em homenagem à rainha consorte da Dinamarca e Noruega, Charlotte Amalie von Hessen-Kassel, por casamento com o rei Cristiano V da Dinamarca.

☛ Ver também:

- Ilhas Virgens

 

30 dezembro 2024

HORTA

HORTA

Cidade sede do único município da Ilha do Faial, nos Açores, Portugal.

O nome da cidade dever-se-á ao apelido do flamengo Joss van Huerter (ou Joost de Hurtere), primeiro capitão-donatário do Faial e cuja carta de capitania da ilha lhe foi atribuída em 1468.
(João Fonseca, Dicionário do Nome das Terras)
 

HALIFAX — KJIPUKTUK

HALIFAX — KJIPUKTUK

Capital e maior cidade da província canadiana de Nova Scotia, na costa atlântica. Em Halifax situa-se a maior base atlântica da Marinha Real Canadiana.

O nome de Halifax deriva do 2º Conde de Halifax, George Montagu-Dunk (1716-1771), o qual ajudou a fundar a cidade. O título do conde refere-se a Halifax, uma cidade do condado de West Yorkshire, no norte de Inglaterra. Esta deriva do inglês antigo halh-gefeaxe, «área de erva grossa num recanto de terra».

Halifax situa-se nas terras do povo Mi'kmaq; na sua língua a cidade chama-se Kjipuktuk, «grande porto».

O lema latino no brasão, «E Mari Merces», significa «do mar, riqueza».

 

CIBORRO

CIBORRO

Freguesia do concelho de Montemor-o-NovoAlto Alentejo, Portugal.

A palavra Ciborro designava inicialmente um dos montes que integravam a Herdade do Paço de Aragão, da freguesia de São Geraldo. Em 1473 a herdade do «Paço do Arangoês» aparece referida nas confrontações de outra herdade. Em 1783 a Herdade do Paço tinha como maiores senhorios os cónegos de São João Evangelista, de Évora (Loios), e como senhorios minoritários o Mosteiro da Saudação, de Montemor, e o Mosteiro do Paraíso, de Évora. Em 1841, depois da extinção das ordens religiosas, quando da venda dos bens nacionais, a propriedade foi adquirida pela Duquesa do Louriçal, que, por sua vez, a vendeu, em 1870, a António Lopes Ferreira dos Anjos, natural de Cabeçudo, Ferreira do Zêzere, que comprou também outras herdades das cercanias. O seu genro, Luís Leite Pereira Jardim, 1º. Conde de Valenças. O Monte do Ciborro ficou, portanto, a fazer parte do Condado, cuja área abrangia não só a Herdade do Paço, como ainda as Herdades da Azambujeira, do Cavaleiro, do Barrocal, de São Lourenço e, finalmente, a Herdade de Valenças, a qual deu o seu nome ao Condado em que estava integrada. Valenças tratar-se-ia de um topónimo referente a senhoras locais com o apelido Valença (as Valenças). Esta designação teria surgido por serem naturais de Valença [do Minho], ou por terem qualquer tipo de relação com esta localidade.

O Conde de Valenças, aforou, a partir de 1897, pequenos lotes de terreno no Monte do Ciborro, que se diz ter servido de habitação aos cabreiros que por aqui guardavam rebanhos de cabras, com o fim de atrair pessoas para o local, dentro de uma política seguida na época por grandes proprietários da região para fixar, junto das respetivas terras, mão-de–obra disponível para os trabalhos agrícolas. Estas pessoas estavam, no fundamental, ligadas à agricultura e à pecuária. Sendo o condado fértil em terrenos para searas de trigo, centeio e cevada, estas famílias lavravam e semeavam as terras do Condado, pagando a respetiva renda ao Conde. Os foreiros eram provenientes não só das povoações limítrofes (São Geraldo, Brotas, Coruche, Couço, Mora, Arraiolos, Sabugueiro, São Pedro da Gafanhoeira, Évora, Montemor-o-Novo), como de Nisa, Peso da Régua, Nelas, Ancião, Pombal, etc. Foi da fixação destes foreiros, em número de 30, por volta de 1900, que nasceu o primitivo núcleo da aldeia. Foi-lhe posto, oficialmente, o nome de Aldeia Nova de Valenças, mas o povo continuou a designá-la com o nome de Ciborro.

Com 56,31 km² é a mais pequena das freguesias do concelho de Montemor-o-Novo. A freguesia do Ciborro, situada a norte do concelho, é delimitada pelo concelho de Coruche que se prolonga até aqui, dividindo-a de Brotas, concelho de Mora, com quem estabelece uma relação próxima e natural. Pertenceu antes à freguesia de São Geraldo. Uma vez extinta esta, passaram as duas localidades a pertencer à freguesia de Nossa Senhora do Bispo. Em 1985, Ciborro é, finalmente, elevada a freguesia.

Situa-se no Ciborro o marco do km 500 da Estrada Nacional N.º 2.

 

NIUE

NIUE

Ilha da Polinésia, com o estatuto de estado autónomo em livre associação com a Nova Zelândia. Nessa condição, o chefe de estado é o rei Carlos III do Reino Unido. A Nova Zelândia assegura a defesa da ilha e algumas relações externas. O Niue Constitution Act, que criou o autogoverno e livre associação, data de 19 de outubro de 1974. A ilha tem 261 km² de superfície, para apenas cerca de 2000 pessoas. A maioria das pessoas de origem em Niue emigrou para a Nova Zelândia.

O inglês James Cook foi o primeiro europeu a avistar a ilha e chamou-lhe Ilha Selvagem (Savage Island). Na língua niueana a palavra Niuē pode ser dividida em niu (coco) e ē (aqui), significando «eis o coco».

(https://blog.tepapa.govt.nz/2013/10/16/behold-the-coconut-niuean-language-week-2013/)

 

SERTÃO


SERTÃO
Sertão Nordestino

Sub-região do Nordeste brasileiro. O bioma típico do Sertão Nordestino é a caatinga e o clima é maioritariamente semiárido. Limita a leste com o Agreste, que é a faixa de transição com a Zona da Mata no litoral.

Genericamente, o sertão é uma região interior, afastada da costa e distante de povoações. A palavra deriva do latim sertanu-, «do bosque», de sertu-, «bosque». (infopedia.pt) Também pode ser uma forma aferética de desertão (aulete.com.br/). A palavra sertania é sinónima.

PITÕES DAS JÚNIAS

PITÕES DAS JÚNIAS

Freguesia do concelho de Montalegre, na região de Barroso, Trás-os-Montes, Portugal.

Explicação do topónimo por José Dias Baptista na sua obra Topónimos de Barroso (2013), pág. 133 a 135:

«Topónimo de raiz antiga, pré-latina - Pitt - que significa aguçado, pontiagudo. É, portanto, um topónimo topográfico, o que se confirma pelas características orográficas das redondezas, em que ressaltam os chamados "Cornos da Fonte Fria", "Pala da Vaca", "As Fisgas", "São João da Fraga", "Penedo Grande", "Fraga de Paul", "Lamas da Portela", "Castelo Pé da Moega", "Cascata", etc. - tudo isto com significados de locais de altura e aguçados, aliás, chamadouros de extrema propriedade.

O topónimo antigo parece que era Pitonha, ou antes, Vilar de Vacas de Pitonha, em que entre o étimo citado pitt + o sufixo arcaico onha que indica quantidade ou grandeza. Documenta-se o que dizemos pelas inquirições de D. Afonso III, em 1258. Pelo século XIV ou XV já aparece a forma Pitões que julgo ser simples e lógica abreviatura de Pitonha, diriam Pitonis e daí para o nasalado Pitões. No século XVII ou XVI começa a ser designada por Vilar de Vacas, Vacariça ou Vacaresse de Pitões, o que se comprova com documentos manuscritos (e de inusitado valor histórico-toponímico) da autoria do Padre Diogo Martins Pereira, em "Epítome Familiar e Árvore de Geração de Algumas Casas...".

Já no século XVIII, alguns dos recentes Lousadas (que ainda os há aos trambolhões) fizeram o milagre de ressuscitar-lhe as Júnias, nome erudito com que se pretende eliminar o popular Unhas.

Dizem agora Pitões das Júnias... Mas não há documentos de prova. Há, sim, Santa Maria das Júnias... Ora o topónimo é Pitões, as Júnias são de Santa Maria!

Mas tal forma, Júnias, é duvidosa... Existia, sim, Juynas ou Iuynas - desconhecido palavrão de que não deveremos fazer o latinório Júnias. Com efeito, Júnias foi nome de mulher latina mas não consta que deixasse rasto toponímico em nenhuma parte do império. Quem tal dia, está a fazer ao topónimo Pitões o que Júnio Bruto fez a Júlio César. Este tratava o Bruto por filho e, no entanto, o Bruto encabeçou a cinjura e apunhalou o imperador na mais repugnante cobardia e traição.

O topónimo do Mosteiro dedicado a Santa Maria (Nossa Senhora das Nevas!) era JUYNAS e nada mais. E, escrito assim. é topónimo desconhecido, sem significado, tal como Juriz. Estes nomes Júnias e Juriz não existem! Existe, e já existia em 1258, uma povoação que até era freguesia e pagava idêntica pensão, ao rei, qual pagava Pitões, Vila da Ponte, e outras. Essa povoação chama-se O Gerês e o seu orago era São Vicente. Nunca ninguém encontrou um só documento que falasse de Juriz. Mas há-os de São Vicente d'O Gerês!

Quanto às Juynas, Iuynas ou Juyas há-de ser fórmula errónea de Unhas, importantíssimo elemento da lenda da fundação do Mosteiro. Que se chamava Mosteiro da Senhora das Unhas (Mosteiro da Nossa Senhora das Unhas) está bem explícito nos documentos do P.e Diogo Martins Pereira a que acima aludimos (...). Não ponho as mãos no fogo por Júnias! Antes vejo no termo a tentativa de alguns eclesiásticos acharem sujo o nome Nossa Senhora das Unhas e tudo fazerem para o erradicarem.» 

(visto em http://carris-geres.blogspot.com/2017/01/pitoes-das-junias-o-toponimo.html)

GORIZIA / NOVA GORICA

GORIZIA / NOVA GORICA

Gorizia (italiano), Gurize (friulano), Gorica (esloveno), Görz (alemão), foi uma cidade do Império Austro-Húngaro, assim como Trieste, até à Primeira Guerra Mundial. Em 1920 tornou-se oficialmente parte da Itália.

Após a Segunda Guerra Mundial, a fronteira italo-jugoslava dividiu a cidade, ficando a maior parte na Itália e o restante na república jugoslava da Eslovénia, onde se desenvolveu a cidade de Nova Gorica. A fronteira, com uma barreira até 2004, atravessa a praça da estação ferroviária.

O nome de Gorizia / Gorica deriva do esloveno gorica (pronúncia "goritsa"), diminutivo de gora, «monte», e significa «pequeno monte» ou «colina».

A população da região é multilíngue, predominantemente italiana, friulana e eslovena.

 

CERVO / CERVEIRA

CERVA, CERVEIRA, CERVO, CERVOS, etc.

Alguns topónimos, na Galiza e Portugal, podendo não estar relacionados com o animal, mas sim outra raiz.

Cervo: designação comum aos mamíferos ruminantes e ungulados do género Cervus, da família dos Cervídeos, nativos do hemisfério norte, que geralmente apresentam pelagem castanho-clara e, no caso dos machos adultos, galhada caduca. Do latim cervu-. (infopedia.pt)

 

SUDÃO DO SUL — SOUTH SUDAN

SUDÃO DO SUL — SOUTH SUDAN

A República do Sudão do Sul é um país do centro-este de África, com capital em Juba.

O Sudão do Sul (South Sudan) separou-se da República do Sudão em 2011, que era até então o maior país africano. O Sudão Anglo-Egípcio (Anglo-Egyptian Sudan / السودان الإنجليزي المصري) foi um condomínio colonial entre 1899 e 1956. Tornou-se independente com o nome de República do Sudão (Republic of the Sudan / جمهورية السودان). 

O nome é o mesmo da vasta região africana, a sul do Sahel, tradicionalmente chamada Sudão. Deriva do árabe بلاد السودان (Bilad as-Sudan), «Terra dos Negros».

☛ Ver também:

Região geográfica do Sudão.

- República do Sudão.

SUDÃO — السودان — SUDAN

SUDÃO — السودان — SUDAN

A República do Sudão é um país do nordeste de África, com capital em Cartum (الخرطوم, Khartoum).

O nome é o mesmo da vasta região africana, a sul do Sahel, tradicionalmente chamada Sudão. Deriva do árabe بلاد السودان (Bilad as-Sudan), «Terra dos Negros».

O Sudão Anglo-Egípcio (Anglo-Egyptian Sudan / السودان الإنجليزي المصري) foi um condomínio colonial entre 1899 e 1956. Tornou-se independente com o nome de República do Sudão (Republic of the Sudan / جمهورية السودان). Foi o maior país africano até à separação e independência da República do Sudão do Sul (Republic of South Sudan) em 2011.

☛ Ver também:

- Região geográfica do Sudão.

- República do Sudão do Sul.

29 dezembro 2024

ESCÓCIA — ALBA — SCOTLAND

ALBA — SCOTLAND — ESCÓCIA

O segundo maior país dos que constituem o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A sua capital é Edinburgh (Dùn Èideann) e a maior cidade é Glasgow (Glaschu).

A Escócia surgiu como reino independente no século IX, mas a partir do início do século XVII foi integrando as suas instituições com a Inglaterra, acabando por formar o Reino Unido. A Escócia mantem um parlamento e governo autónomos, assim como distintos sistemas legais, escolares, seleções desportivas, etc. As línguas da Escócia são o inglês, o escocês (Scots) e o gaélico escocês (Gàidhlig). O escocês é uma língua germânica com a mesma raiz que o inglês. O gaélico é uma língua celta.

Em gaélico o nome da Escócia é Alba, derivado de Albion, de uma raiz com o significado de «branco». Historicamente, o grego Ἀλβίων e o latim Albion, referiam-se à totalidade da Grã-Bretanha, provavelmente devido às falésias brancas de Dover. O nome gaélico Alba deu origem a Albania e Albany usados em inglês na Idade Média.

Em inglês e escocês o nome da Escócia é Scotland, derivado de Scoti, que é o nome latino dos gaélicos da Escócia e Irlanda, de origem incerta. A palavra latina Scotia, «Terra dos Scoti», foi usada inicialmente para a Irlanda, mas no século XI a forma inglesa Scotland já era usada em referência ao Reino de Alba.

Ver também:

- A nomenclatura das Ilhas Britânicas (British Isles).

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

 

SIBERIA, Espanha

SIBERIA

Comarca na Comunidade Autónoma da Extremadura, Reino de Espanha.

A comarca, também chamada Siberia Extremeña, é constituída por duas mancomunidades: Siberia e Cijara, esta também conhecida com Siberia Norte.

O nome da região foi cunhado por ser uma zona remota e atrasada da Extremadura e da província de Badajoz, por comparação com a região remota no norte da Ásia. Originalmente a denominação era pejorativa, mas já não é assim considerada pelas populações da zona. Texto de José Ramón Mélida em 1908: «Comarca [...] con unos veinte pueblos distanciados y como aislados en aquella especie de desierto, sin caminos ni casi veredas que los comuniquen, lo que hace por demás penoso y peligroso recorrerla. Los viajantes de comercio, que la temen y rehúsan, si pueden, la llaman La Siberia, nombre terrible y significativo.»

Outra explicação para o nome, menos provável, é o prefixo latino cis-, «aquém de; do lado de cá de; deste lado de», com o rio Iber, Ibero ou Iberus, que poderia ser o Ebro ou o Guadiana. 
(http://www.uhu.es/publicaciones/ojs/index.php/huelvahistoria/article/viewFile/815/1269

PEMBA, Tanzânia

PEMBA
Kisiwa cha Pemba

Ilha do arquipélago e região autónoma de Zanzibar, na costa da Tanzânia. A capital da ilha é Chake-Chake.

O nome de Pemba em árabe é الجزيرة الخضراء (al-Jazirah al-Khadra), «a ilha verde», e em suaíli Kisiwa cha Pemba, com o mesmo significado.

Na Ilha de Pemba ainda há vestígios dos 200 anos de presença portuguesa no arquipélago, tanto no forte em Chake-Chake como na existência de touradas.

A mesma designação الجزيرة الخضراء (al-Jazirah al-Khadra) é ainda o nome árabe da cidade andaluza de Algeciras.

☛ A Ilha de Pemba não deve ser confundida com a baía e cidade de Pemba, no norte de Moçambique, apesar de a origem do nome ser provavelmente a mesma.

 

28 dezembro 2024

INGLATERRA — ENGLAND

ENGLAND — INGLATERRA

O maior país dos que constituem o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A sua capital e maior cidade é Londres (London), que é também a capital do Reino Unido.

O nome do país — England em inglês — deriva de Englaland ou Engla land, ou seja «Terra dos Anglos» em inglês antigo. Os Anglos (Anglii na forma latinizada) era um povo germânico que vivia na península de Angeln (Anglia em latim), no sul da Jutlândia, atual estado alemão de Schleswig-Holstein, ou seja nos limites entre dinamarqueses e alemães (saxões). O nome da região de Angeln e dos Anglos tem pelo menos duas explicações. Uma é a raiz germânica *angh, «estreito» ou «apertado», em referência ao estuário do Schlei (Slien ou Slesvig Fjord em dinamarquês). Outra é que está relacionado com anzol ou pesca, como atualmente em inglês angling e em alemão Angeln.

Nos séculos V e VI os Anglos desembarcaram na Grã-Bretanha, com os Jutos e os Saxões, surgindo assim a designação de Anglo-Saxões. A Inglaterra forma-se com os Celtas, os Anglo-Saxões, os Viquingues e posteriormente os Normandos (de língua francesa). No entanto o nome que o país tomou foi o dos Anglos, isto é, England em inglês e parcialmente traduzido noutras línguas: Angleterre em francês, Anglaterra em catalão, Inghilterra em italiano, Inglaterra em português e castelhano, Inglismaa em estónio. Algumas línguas, incluindo grego, línguas eslavas e bálticas, usam formas iguais ou semelhantes ao latim Anglia.

A antiga nação celta da Cornualha (Kernow / Cornwall) está integrada administrativamente na Inglaterra. Em língua córnica o nome da Inglaterra é Pow Sows, o que significa originalmente Terra dos Saxões. O nome em gaélico escocês é Sasainn, em irlandês Sasana e em manês Sostyn, referentes também aos Saxões.
Em galês o nome da Inglaterra é Lloegr, com origem incerta, provavelmente numa raiz ligada a guerra.

Visto a Inglaterra ser o maior e mais poderoso dos países constituintes do Reino Unido, por metonímia, embora sendo um erro, é comum no estrangeiro chamar Inglaterra a todo o Reino Unido e ingleses a todos os habitantes, o que desagrada principalmente a escoceses e galeses. 

☛ Ver também:

- A nomenclatura das Ilhas Britânicas (British Isles).

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

Cornualha.

MANHUNCELOS

MANHUNCELOS

Freguesia do concelho do Marco de Canaveses, Douro Litoral, Portugal.

«Primitivamente, a freguesia de Manhuncelos chamava-se Manheve(http://www.freguesia.pt/freguesia.php?cod=130711)

Por coincidência gráfica, a cidade de Minehead, na Inglaterra, também já se chamou Manheve. O topónimo inglês provém de duas antigas palavras celtas, monith [...], «montanha», e heafod, «cabeça, topo». (A History of English Place Names and Where They Came From, John Moss, 2020).

O nome de Manhuncelos aparece também registado como uma evolução de Manumcelos, Manuncelos e Manuzelos. Poderá ter relação com Manhufe e Mancelos (Amarante) ou Manhão (Marco de Canaveses e Galiza), com o étimo céltico cel, «oculto»?

Por outro lado, Manhouce, em São Pedro do Sul, «parece estar relacionado com manhoça, derivado de manho – terra, baldio, mato inculto, que terá dado Monhoce e, posteriormente, Manhouce. Mas também há quem aponte para manho couço, visto que também existe uma povoação com a designação de Couço, que significa “ponto extremo”. Uma outra versão aponta ainda, para a derivação de amanhouce, que quer dizer “terra que foi amanhada”.» (https://www.manhouce.jfreguesia.com/?p=historia)

A Ribeira de Manhuncelos é afluente do Rio Tâmega.

 

MINEHEAD

MINEHEAD

Cidade na costa de Somerset, Inglaterra. No século XII era chamada Manheve, o que coincide graficamente com um antigo nome de Manhuncelos, no Douro Litoral, Portugal.

«A cidade costeira de Minehead em Somerset era conhecida como Mynheafdon em 1046; na época Domesday Book (1086), havia se tornado Manheve. O topónimo provém de duas antigas palavras celtas, 'monith' (por vezes aparecendo como Mohun, Manheve ou Minheved nos documentos oficiais da cidade), significando 'montanha', e 'cabeça, topo', referindo-se a um esporão ou promontório. Portanto, '[lugar do] esporão da montanha que se salienta'. A montanha mencionada é quase certamente North Hill, que domina a cidade e oferece vistas panorâmicas de Quantock, Brendon e Hopcott Hills.»

«The seaside town of Minehead in Somerset was known as Mynheafdon in 1046; by the time of the Domesday survey it had become Manheve. The placename comes from two old Celtic words, 'monith' (sometimes appearing as Mohun, Manheve or Minheved in the town's civic documents), meaning 'mountain', and 'heafod', referring to a projecting spur of land. Hence, '[ place of the ] projecting mountain spur'. The mountain referred to is almost certainly North Hill, which overlooks the town and offers panoramic views of the Quantock, Brendon and Hopcott Hills.» (A History of English Place Names and Where They Came From, John Moss, 2020)

 

CASAIS GALEGOS

CASAIS GALEGOS

Localidade da freguesia de Ventosa, concelho de Alenquer, Estremadura, Portugal.

Casais Galegos é uma das muitas povoações em Portugal com referência a galegos ou à Galiza.

O topónimo Ventosa, a freguesia onde se localiza, também se encontra na Galiza.

 

PEMBA, Moçambique

PEMBA

Capital da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Em 1899 a povoação de Pampira, ou o bairro de Paquitiquete, segundo outros, recebeu a designação de Porto Amélia e foi elevada a vila no mesmo ano. O nome foi homenagem à última rainha de Portugal, Dª. Amélia de Orleães, consorte de D. Carlos I. Porto Amélia foi elevada a cidade em 1958. Após a independência, em 1975, a cidade foi denominada Pemba, o nome da baía.

Há quem defenda que a palavra Pemba deriva do suaíli pembe, com o significado de «mosca», sendo usada por pessoas vindas de Zanzibar. Por outro lado, a Ilha de Pemba, no arquipélago de Zanzibar, tem o nome árabe de Al Jazeera Al Khadra, ou seja «a ilha verde», e em suaíli Kisiwa cha Pemba (ou Panbe) com o mesmo significado.

A Baía de Pemba é a terceira maior do Mundo e a primeira na África em profundidade.

Não confundir com a Ilha de Pemba, Arquipélago de Zanzibar, Tanzânia.

 

27 dezembro 2024

PONTE DELLA MUDA

PONTE DELLA MUDA

Localidade (frazione) da comuna de Cordignano, província de Treviso, região de Veneto, no limite com a região de Friuli-Venezia Giulia, nordeste da Itália.

A povoação remonta ao século XIII, com o nome de Villa Pontis. A denominação Ponte della Muda data do início do século XVI. A primeira parte do nome deriva da ponte sobre o Rio Meschio. Para Muda há duas explicações. Uma afirma que muda é uma alteração fonética de muta, que significava o imposto, tributo ou taxa de portagem, aplicado aos mercadores que viajavam pela Via Regia Udine – Venezia. Existia junto ao rio um edifício para esse fim (o palazzo del dazio). Outra explicação para muda é que se refere à troca de cavalos nas estações de mala-posta, onde os animais exaustos eram substituídos por novas montadas. Por outro lado, a troca de cavalos podia coincidir com o pagamento da portagem. No entanto, a explicação mais plausível é que a Ponte della Muda era de facto a ponte do local da portagem.

 

ESPÍRITO SANTO

ESPÍRITO SANTO

Estado da Região Sudeste do Brasil, com capital em Vitória.

«Vasco Coutinho desembarcou na capitania em dia 23 de maio de 1535, desembarcando na atual Prainha de Vila Velha, onde fundou o primeiro povoamento. Como era oitava de Pentecostes, o donatário batizou a terra de Espírito Santo, em homenagem à terceira pessoa da Santíssima Trindade.

Para colonizar a terra, Vasco Coutinho dividiu a capitania em sesmarias - terras abandonadas e que, a partir da inclusão deste sistema, deveriam ser cultivadas, fomentando a agricultura e a produtividade. Esses "lotes" foram distribuídos entre os 60 colonizadores que vieram com ele. Como em Vila Velha não oferecia muita segurança contra os ataques dos índios que habitavam a região, Vasco Coutinho procurou em 1549 um lugar mais seguro e encontrou numa ilha montanhosa onde fundou um novo núcleo com o nome de Vila Nova do Espírito Santo, em oposição ao primeiro, que passou a ser chamado de Vila Velha. As lutas contra os índios continuaram até que no dia 8 de setembro de 1551, os portugueses obtiveram uma grande vitória e, para marcar o fato, a localidade passou a se chamar Vila da Vitória e a data como a de fundação da cidade.» (https://www.es.gov.br/historia/colonizacao)

O gentílico do estado do Espírito Santo é capixaba. «Segundo os estudiosos da língua tupi, capixaba [kopisáwa] significa, roça, roçado, terra limpa para plantação. Os índios que aqui viviam chamavam de capixaba sua plantação de milho e mandioca. Com isso, a população de Vitória passou a chamar de capixabas os índios que habitavam na região e depois o nome passou a denominar todos os moradores do Espírito Santo.» (https://www.es.gov.br/historia/povo-capixaba)

A 1140 km da costa, as ilhas atlânticas da Trindade e de Martim Vaz fazem parte do estado do Espírito Santo.

☛ Ver também:

Estados do Brasil.  

ILHA DO FAIAL

ILHA DO FAIAL

Ilha do grupo central do arquipélago e Região Autónoma dos Açores, Portugal. A sua única cidade e município é a Horta.

A palavra faial significa mata ou bosque de faias. Nas ilhas dos Açores e da Madeira, a faia (Myrica faya) é uma pequena árvore, da família das Miricáceas, que pode atingir mais de dez metros de altura. Os seus frutos são comestíveis, carnosos, de cor escura quando maduros. Também é chamada faia-das-ilhas, faia-da-terra, samoco e samouco. O nome deriva do latim fagea, de fagus, «faia».

Um faial é também um local escarpado, alto, alcantil, um despenhadeiro entre rochedos.

Faial é igualmente uma freguesia do concelho de Santana, Ilha da Madeira. Faial da Terra é uma freguesia do concelho da Povoação, Açores.

A zona mais ocidental da ilha é a terra portuguesa mais nova (na foto inferior esquerda), visto que foi criada pela erupção do Vulcão dos Capelinhos, em 1957-58.

26 dezembro 2024

TOPÓNIMOS SUEVOS EM VILA VERDE

VILA VERDE

Vila e concelho do Minho, Portugal.

O mapa destaca as freguesias, cerca de metade, com topónimos suevos, segundo mapa de Xicodaponte.

 

VILA POUCA

|> Galiza: VILAPOUCA - lugares dos concelhos da Estrada, Forcarei e Tui.

|> Portugal: VILA POUCA, lugares dos concelhos de Póvoa de Varzim, Oliveira do Hospital, Coimbra, Mafra, Mortágua, Fafe, Marco de Canaveses, Castro Daire, Cinfães, Resende, Pombal, Santa Comba Dão, Ansião, Amares.

Concelho de VILA POUCA DE AGUIAR, em Trás-os-Montes

«Vila por ter origem duma antiga Villa romana ou seja uma quinta de gente abastada; Pouca vem da palavra pauca do latim que significa pouca, parca, pequena; Aguiar por ser lugar rochoso e inóspito, povoado de muitas águias, aquila em latim (...) 

Sobre a origem do actual topónimo Vila Pouca há outras opiniões. Assim, o Abade de Miragaia (Enciclopédia Portuguesa e Brasileira) diz que o nome Pouca "de modo nenhum minimiza a terra ou as suas gentes, antes, pelo contrário, as eleva e exalta". Quer com isto afirmar (embora periclitantemente) que, Vila Pouca foi a célebre cidade romana Cauca, que se sabe ter existido na Península Hispânica, onde teria nascido o imperador Teodósio I o Grande (...) P.e Carvalho, não é da mesma opinião (...) "Pouca, nada tem a ver com Cauca e isso prova-o sem qualquer dúvida, a fonética, por ser impossível tal fenómeno Cauca dar Pouca e, até por ser inexplicável e incompreensível a ligação ao substantivo Vila". O Dr. Leite de Vasconcelos (...) afirma, sem margem de dúvida, que a origem de Pouca vem do adjectivo latino pauca. Talvez que um argumento forte seja o facto de os romanos classificarem as cidades de grandes, pequenas e médias. Desta feita, teríamos a grande cidade de Aquae Flaviae (Chaves); a cidade média, Vila Meã pequeno burgo junto das Pedras Salgadas e, a cidade pequena, Vila Pouca de Aguiar.» (http://concelhos.dodouro.com/jornal/vilapoucadaguiar.asp)

 

CHARLOTTETOWN

CHARLOTTETOWN

Capital da província da Ilha do Príncipe Eduardo (Prince Edward Island), Canadá.

O nome da cidade é homenagem a Charlotte of Mecklenburg-Strelitz (Carlota de Meclemburgo-Strelitz, 1744-1818), rainha consorte da Grã-Bretanha e Irlanda, mulher do rei George III (Jorge III).

 

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA, Lisboa

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA — CAMPO DE SANT'ANA

Lugar da antiga freguesia da Pena, antes também chamada freguesia de Santana, atual freguesia de Arroios, no centro de Lisboa, Portugal.

Esta praça é um dos vários lugares em Lisboa onde perdura um nome antigo a par do oficial. O antigo Campo de Sant'Ana (ou Santana) em 1879 passou a ser designado por Campo dos Mártires da Pátria, em homenagem aos onze companheiros do general Gomes Freire de Andrade que foram aqui enforcados, suspeitos de conspiração contra o general inglês William Beresford. O Visconde Beresford foi comandante-em-chefe do Exército Português e na prática governador de Portugal durante o exílio da Corte no Rio de Janeiro.

No Campo de Santana situa-se a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, no edifício da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa criada em 1836. Em frente ao edifício encontra-se a estátua do Dr. Sousa Martins (na foto), que é popularmente considerado e cultuado como um santo, apesar de laico, como mostram os inúmeros ex-votos que rodeiam a estátua. O Dr. Sousa Martins, falecido em 1897, é muito mais conhecido que os Mártires da Pátria.

O jardim neste Campo tem o nome de Braamcamp Freire, um historiador e político do fim da monarquia e início da república. No seu tempo tinha a invulgar característica de ser simultaneamente republicano e católico.

No jardim está a placa, do lado esquerdo da imagem, cujo texto, na ortografia da época, é o seguinte:

«Em 18 de outubro de 1817 foram supliciados neste campo por defenderem a liberdade e a integridade da patria os heroicos companheiros do general Gomes Freire de Andrade cujos nomes se recordam á posteridade.

José Joaquim Pinto da Silva, José Campelo de Miranda, José Ribeiro Pinto, Manoel Monteiro de Carvalho, Henrique José Garcia de Moraes, José Francisco das Neves, Antonio Cabral Calheiros Furtado e Lemos, Pedro Ricardo Figueiró, Manoel de Jesus Monteiro, Manoel Inacio de Figueiredo, Μaximiano Dias Ribeiro.

Honra á sua memoria.

Esta lapida significa a homenagem da Câmara Municipal de Lisboa na comemoração do centenario da morte dos gloriosos extinctos. 18 de outubro de 1917.»

 

25 dezembro 2024

IRUN

IRUN

Cidade da província de Guipúscoa (Gipuzkoa), País Basco (Euskal Herria), Reino de Espanha. Situa-se junto ao Rio Bidasoa, que faz a fronteira com o País Basco Norte (Ipar Euskal Herria), República Francesa.

«Uma teoria 'romana' sugere na raiz 'Iru' esconde-se o conceito de cidade ('hiri'), atribuindo a este facto que as cidades 'bascas' da época partilham hoje uma base toponímica que em nada se relaciona com a sua denominação romana: Irun (Oiasso), Iruña (Pompaelo) e Iruña de Oca (Veleia). Entre aqueles que consideram que não faria sentido chamar Cidade a uma cidade, há quem defenda 'ir' como uma variante antiga de 'ur', água. Com o sufixo locativo '-un', Irun seria um 'lugar de água', definido pelo Bidasoa, pelos seus extensos sapais e pela quantidade de rios e afluentes que condicionavam todo o território. Outros apostam em 'Villabuena' como resultado de 'Iri' e 'hun', que nos dialetos do basco navarro, disse o próprio Loidi, é usado em vez de 'on' com o significado de bom.

Há linhas de argumentação que defendem uma toponímia com origem na flora da região. Junco é traduzido hoje para o basco como 'ihi', mas existe outra versão antiga como 'yun' ou 'iyun' (donde deriva que o nome próprio Juncal diz-se Yune). A extensão desta planta na parte de sapais de Irun justifica esta tese. Há outra teoria equivalente baseada nas zonas mais secas deste território que, antes da ação humana, eram povoadas por fetos, 'ira' em basco. Daí que 'iraun' poderia ser considerado feteira.

Outros associaram-na à questão do três ('hiru' em basco), traduzindo-a alegremente como 'Trindade' ou dando ao 'n' final condição locativa: 'em três'. As explicações posteriores (de que havia três caminhos, três ilhas, três águas, três picos em Aiako Harria...) são descartadas por Loidi, recordando que "qualquer falante basco que queira dizer 'em três' nunca dirá 'irun' mas sim 'irutan'". E como aventurar-se exige mais ousadia do que justificação, acumulam-se em publicações de todos os tipos traduções de Irun como 'Ferro' (do inglês 'iron'), 'Belavista' (que se encontra num dicionário enciclopédico sem qualquer explicação), 'Vila de Fiandeiras' (por tradução direta do verbo basco 'irun'), 'Desfiladeiro' (?), 'Último' (devido a uma palavra árabe com este significado)...»

Traduzido parcial de "Irun, una palabra envuelta en brumas", por Iñigo Morondo, em:
https://www.diariovasco.com/bidasoa/201604/17/irun-palabra-envuelta-brumas-20160417013008-v.html

 

HENDAIA

HENDAIA — HENDAYE

Cidade do País Basco Norte (Ipar Euskal Herria, Pays basque), República Francesa. Situa-se junto ao Rio Bidasoa, que faz a fronteira com a Comunidade Autónoma Vasca (Euskal Autonomia Erkidegoa), Reino de Espanha.

A etimologia do nome basco Hendaia é incerta. Uma hipótese sugere que provém das palavras handi, «grande» e ibaia, «rio», portanto «grande rio», embora a ordem não corresponda com as regras da língua basca.

 

SAN-PÉDRO

SAN-PÉDRO

Cidade da Costa do Marfim (Côte d'Ivoire). É a capital da subprefeitura, departamento e região de San-Pédro e capital do distrito de Bas-Sassandra

No fim do século XV, o navegador português Soeiro da Costa foi o primeiro europeu que alcançou a região, dando-lhe o nome do santo do dia: São Pedro. O poder colonial francês e o país independente mantiveram o nome aportuguesado.

 

CÉLTIGOS

CÉLTIGOS ou CÉLTICOS ?

Oficialmente, San Xulián de Céltigos (São Julião de Céltigos) é uma paróquia no concelho de Ortigueira, no norte da Galiza.

«A forma "Céltigos" realmente é un semi-cultismo, a forma "enxebre" era Céltegos. No final do século XVI aparece atestado (a freguesia do concello de Ortigueira) como "Celtegos": "La iglesia de S. Xillao de Celtegos".» (Xose Gonzalez, https://www.facebook.com/share/p/4uVWaBvCkzJry6Qg/)

GALIZES

GALIZES — VENDA DE GALIZES

Aldeias da freguesia de Nogueira do Cravo, concelho de Oliveira do Hospital, Beira Alta, Portugal.

O nome é certamente mais uma referência a galegos ou à Galiza, por origem dos povoadores. É de notar igualmente a existência da aldeia Ribeira de Santiago nas imediações, que também poderia ser uma referência a Santiago de Compostela.

Galizes aparece documentada na Carta de Couto de Lourosa de 1132. Galizes foi uma freguesia do concelho de Nogueira do Cravo até este ser extinto em 1836.

Travels Through Portugal and Spain, During the Peninsular War, por William Graham, em 1820:

«25 de dezembro. Para Galizes, dez milhas, dia de Natal, uma estrada encantadora, mas por chover incessantemente, estávamos tão frios quanto alguma vez senti num mês de dezembro na Irlanda. A estrada é uma das melhores de Portugal; ao lado há bosques de abetos, repletos de lobos. Vimos alguns exemplos deles destruindo tudo o que fosse comestível que aparecesse em seu caminho. (...) Não havia alojamento em Galizes, por isso fomos mandados para Villa Poco [ Vila Pouca da Beira ], onde fomos alojados, parte na aldeia e parte num grande convento. Aqui passámos o dia de Natal, no meio de um conjunto de florestas, conventos, montanhas, rios, lobos, etc. O frio aqui era intenso, com uma chuva miudinha incómoda, mais penetrante que um aguaceiro forte. Jantamos uma sopa miserável, feita de carne dura como couro, e nenhuma fervura a tornaria mais macia. Conseguimos, porém, um pouco de aguardente, que serviu em parte para nos proteger do frio. (...)
No dia 3 [ de março ] chegámos todos a Galizes, um lugar pobre, e aqui conseguimos rações para quatro dias. Já era tão tarde quando chegamos que não conseguimos alojamentos e, por isso, éramos obrigados a entrar em qualquer casa que pudéssemos.»

Galizes é uma das muitas povoações em Portugal com referência a galegos ou à Galiza.

 

SANTA MARTA DE PORTUZELO

SANTA MARTA DE PORTUZELO

Freguesia do concelho de Viana do Castelo, Minho, Portugal.

«Do latim vulgar portucellus, 'passagem do curso de um rio entre duas elevações', derivado de portus, 'porto'. Também se encontra na Galiza.» (infopedia.pt)

«Há notícia desta freguesia no ano de 1136, segundo anota o Padre Avelino Jesus da Costa: per portum de Portuzelu.

Em 1258, na relação das igrejas, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, Santa Marta de Portuzelo aparece entre as pertencentes ao bispado de Tui, sob a designação de Sancta Marta.(...)

O Censual de D. Frei Baltasar Limpo (1551-1580) identifica-a, denominando-a Santa Marta de Riba de Lima, situada no termo de Viana. Dois terços da igreja eram da apresentação do mosteiro de São Romão de Neiva.» (https://www.santamartadeportuzelo.pt/freguesia/historia) 

LESBOS — ΛΕΣΒΟΣ

ΛΕΣΒΟΣ — LESBOS

Ilha na região do Egeu Setentrional (Περιφέρεια Βορείου Αιγαίου), Grécia.

A origem do nome de Lesbos é obscura, podendo significar originalmente «florestada» ou «arborizada». Em hitita era Lazpa.

Segundo a mitologia grega, o nome da ilha é uma homenagem a Lesbos, filho de Lápites, que casou com Mitilene (Μυτιλήνη), que é o nome da capital.

O termo lésbica deriva de Lesbos, por associação à poetisa Safo de Mitilene (Ψάπφω, Σαπφώ, Sappho,  630-570 a.C.), natural da ilha.

 

FEODOSIA — ФЕОДОСІЯ / ФЕОДОСИЯ

ФЕОДОСИЯ — ФЕОДОСІЯ / ТЕОДОСІЯ
KEFE — کفه — ΘΕΟΔΟΣΙΑ FEODOSIA / THEODOSIA

Cidade da Crimeia, a península na Ucrânia disputada pela Federação Russa.

A cidade foi fundada pelos gregos com o nome Θεοδοσία (Theodosía). Os genoveses chamaram-lhe Caffa. No período otomano chamou-se Kefe, assim como em língua tártara da Crimeia. O Império Russo ocupou a região no século XVIII e os russos interpretaram o antigo nome grego como Феодосия (Feodosiya). Os ucranianos chamam-lhe Феодосія (Feodosiya) ou Теодосія (Teodosiya). A maioria da população da Crimeia fala russo.

 

DÍLI

DÍLI

Capital da República Democrática de Timor-Leste.

A primeira capital colonial de Timor foi Lifau, no agora enclave de Oecusse. Em 1769, os portugueses começaram a construir a nova capital na baía de Díli.

"O étimo de Díli parece ser um cognato da palavra zili, «penhasco», em língua búnaque, uma referência à impressionante escarpa que se ergue atrás da cidade." (https://web.archive.org/web/20170214220045/http://www.anps.org.au/documents/June_2006.pdf)

 

24 dezembro 2024

CARTAGENA

CARTAGENA

Cidade da Região de Múrcia, Reino de Espanha.

A cidade foi fundada pelos cartagineses com o nome de Qart Hadasht, que significa Cidade Nova, o mesmo nome da Cartago na atual Tunísia, em África. Os romanos chamaram-lhe Carthago Nova. O nome de Cartagena deriva do acusativo latino Carthaginem, através do árabe Qartayanna.

 

ALGOSO

ALGOSO Vila e antiga freguesia do concelho de  Vimioso ,  Trás-os-Montes e Alto Douro , Portugal. «A antiga vila transmontana de Algoso foi ...